O frete grátis realmente chegará ao fim?

Desde a consolidação do e-commerce, o frete se tornou um dos principais fatores considerados pelo consumidor na hora de comprar.

Dentro disso, o frete grátis se tornou um gatilho muito utilizado pelos lojistas para vender mais. Mas será que essa estratégia, aparentemente tão bem sucedida, está com os dias contados? É sobre isso que vamos falar hoje!

Como surgiu a ideia do frete grátis?

A política do frete grátis surgiu nos Estados Unidos, em meados dos anos 90. Nesse período, os e-commerces começavam a operar por lá. A modalidade ainda era pouco conhecida pelos consumidores. Muitos tinham receio de comprar um produto virtualmente e acabar caindo em algum tipo de golpe.

Assim, os lojistas de comércio eletrônico precisavam oferecer algum tipo de vantagem. Algo que tornasse essa compra online mais atrativa do que a presencial. O frete grátis foi uma das alternativas encontradas para atender a esse objetivo.

Alguns anos depois, o Brasil “importou” essa ideia de vender pela internet. E podemos dizer que o frete grátis veio junto. Muitos dos primeiros e-commerces já passaram a oferecer a entrega gratuita desde os seus primórdios.

Para o consumidor, poder receber suas mercadorias no conforto de casa e sem precisar pagar por isso era, no mínimo, interessante, principalmente na medida em que o comércio eletrônico foi ganhando mais credibilidade. Pouco a pouco, as pessoas já sentiam segurança nesse tipo de compra e ainda tinham a vantagem da entrega gratuita.

O frete grátis está ameaçado? Por quê?

Segundo a pesquisa divulgada em agosto de 2022 pela NilsenIQ Ebit o frete grátis ainda é o principal diferencial de compra para o consumidor. Ora, se o frete grátis estimula o cliente a comprar mais, será que ele está realmente ameaçado?

Na verdade, sim! Pelo menos essa ideia de oferecer frete grátis mesmo para compras de baixo valor agregado, não deve perdurar por muito tempo.

Quando o conceito do comércio eletrônico – e, consequentemente, do frete grátis – foi trazido dos EUA para o Brasil, muitos gestores e empreendedores não pensaram em uma questão importante: a estrutura logística do Brasil é muito diferente da norte-americana.

Para começar, por aqui, a maior parte dos transportes de mercadorias ocorre nas malhas rodoviárias. E elas têm problemas significativos que encarecem esse transporte. Esses problemas vão desde a qualidade das estradas até o alto risco de roubo de carga.

Se o lojista opta por oferecer a entrega gratuita, ele está absorvendo esse custo. No entanto, até que ponto um e-commerce consegue se sustentar dessa maneira? Especialmente levando em conta todas as questões que encarecem o frete no Brasil?

E podemos ir além: é suficiente para qualquer tipo de empresa privada somente se sustentar?

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Aumento dos custos logísticos

Apenas esse panorama geral já mostra que a política do frete grátis, pelo menos para os e-commerces brasileiros, pode ser um obstáculo. Porém, essa conjuntura se agrava ainda mais!

Nos últimos meses, os custos logísticos no Brasil têm aumentado. Lembra que dissemos que, aqui, a maior parte dos transportes de produtos acontece por via terrestre? Basta observar as variações no preço do combustível para já identificar um fator responsável pela elevação desses custos.

Os custos logísticos no Brasil já ultrapassam os 12% do PIB, de acordo com o estudo Custos Logísticos no Brasil. Para as empresas, em média, os gastos com a logística representam mais de 7% da sua receita líquida, de acordo com o mesmo levantamento.

E se formos considerar a importação da mercadoria ou matéria-prima, o problema é ainda maior. O valor médio para transportar um contêiner pelo oceano está em cerca de 10 mil dólares. Esse custo chega a ser sete vezes maior do que o que era registrado antes da pandemia.

Fazer com que um produto chegue até o consumidor final está ficando cada vez mais caro. Os e-commerces que mantêm a política do frete grátis, em sua maioria, estão reunindo todas as suas forças para que isso seja possível.

Mas já é possível encontrar notícias de grandes varejistas que estão abrindo mão de oferecer essa vantagem para o cliente. Recentemente, a Shopee anunciou que para obter frete grátis nos produtos com selo, o valor mínimo deixaria de ser R$ 20 para ser R$ 29. Para os produtos sem o selo promocional, o valor também mudou, de R$ 50 para R$ 59.

O que fazer?

Todo esse panorama parece ser desesperador para quem é lojista e trabalha com comércio eletrônico. Para contornar o problema e manter os negócios financeiramente saudáveis, existem alguns pontos importantes:

  • Invista em uma solução tecnológica para comparar os valores de frete de diferentes transportadoras. Assim, você consegue encontrar a melhor opção. E mesmo que não seja possível oferecer a entrega grátis para o cliente, tem mais chances de estabelecer um preço ainda atrativo para o frete;
  • Aposte em outros tipos de apelo para o seu cliente. Ele não deve contar apenas com o frete grátis para comprar na sua empresa. Agregue valor ao seu negócio, assegure a máxima eficiência em todas as operações, a ponto de isso refletir no consumidor. Mesmo tendo que pagar pelo frete, ele vai continuar comprando porque tudo que a empresa entrega faz valer a pena!
  • Elabore campanhas que viabilizem compras de maior valor. Como kits e combos, por exemplo, isso pode tornar o fator “frete grátis” mais viável para sua operação;
  • Torne o seu frete mais atrativo sob outras perspectivas. Por exemplo: se o cliente sabe que vai receber a compra no mesmo dia ou no dia seguinte, essa rapidez pode justificar o valor do frete. Essa é uma das razões pelas quais o formato de entrega express tem ganhado destaque.

E o mais importante: tome todas as decisões do seu negócio baseadas em dados.

Vivemos a era da informação. Praticamente tudo é mensurável. Tudo é passível de se tornar um número que direcione melhor a sua estratégia. Softwares desenvolvidos especificamente para cálculo de frete e para controle de entregas costumam trazer esses dados de forma precisa e organizada. Assim, você consegue extrair insights sobre como manter o seu negócio competitivo, apesar de todos os fatores externos.

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Maycon Lima

Com mais de 17 anos de experiência em logística, costuma levar como mensagem para a equipe “que treino difícil, jogo fácil”, por isso tudo que realiza é baseado em indicadores e KPI´s. Dentro da operação já esteve à frente de todos os processos: Recebimento, Armazenagem, Picking, Packing, Expedição, DCP, Controle de Estoque e Transportes. Além de implantação de sistemas WMS e TMS, e também POPs, ANS, SIPOC, Planos de Ações na metodologia PDCA.
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