Que transporte utilizar no last mile? Caminhão, carro, moto, bicicleta ou a pé?

Last mile é a última etapa logística, a que precede a chegada do produto nas mãos do cliente final. Existem múltiplas formas de executá-lo e ainda podemos contar com o apoio da tecnologia para implementar melhorias operacionais. 

É também nela que recaem os maiores custos de todas as etapas de uma remessa, por envolver diversos fatores que influenciam no processo, como roteirização, volume de entregas, gerenciamento de frotas, prazos para cumprir, condições das estradas (no caso, no modal rodoviário), entre outros.

Para executar o last mile há algumas opções de transporte e a escolha dele pode variar com a necessidade do cliente e o tipo de produto que está sendo comercializado. Se você ainda possui dúvidas sobre qual meio de transporte usar nesta etapa, vamos te mostrar todas as possibilidades nesse texto. Acompanhe!

Last mile é oportunidade de fidelização de clientes e escolha dos veículos contribui

Antes de explorarmos o tema propriamente, precisamos lembrar que last mile é um desafio para quem vende online, mas também representa uma oportunidade de crescimento e fidelização de clientes. Como assim?

Isso ocorre porque a sua relação com o consumidor da sua marca não termina quando ele conclui a compra. Você sabia que é nesse momento que o vínculo entre empresas e consumidores começa e até mesmo é quando se concretiza o relacionamento?

Cá estamos, mais uma vez, indo no sentido de abordar a (melhor) experiência do cliente. E a maneira de você conduzir o seu last mile também contribui para proporcionar boas experiências de compra e o resultado, é claro, será a fidelização desse o consumidor! Mas, lembre-se que os clientes estão cada vez mais exigentes, certo? Agradá-los requer cuidado e empenho.

Também vale destacar que é no last mile que se concentram alguns dos maiores desafios logísticos do e-commerce, principalmente no que diz respeito aos custos da entrega. Essa etapa representa pelo menos 28% do valor do transporte de um produto.

É também aqui que muitos problemas costumam acontecer: atrasos, avarias e até roubos são comuns nessa fase do transporte. Driblar ou evitar esses problemas é o que refletirá totalmente na experiência do cliente. E queremos sempre oferecer a melhor, não é?

Somado a isso, temos o fator ansiedade do consumidor que deve ser considerado sempre que estivermos falando de compras on-line. Ao finalizar o pedido, ele quer receber logo, sem demora e sem dor de cabeça… E a sua empresa deve estar a postos para atendê-lo.

É por isso que pedidos atrasados, produtos danificados ou tentativas frustradas de recebimento são suficientes para arruinar a experiência do consumidor com a sua loja virtual. Caso ocorra, é muito provável que ele não escolha sua marca novamente.

Escolha dos transportes no last mile evita problemas, diminui custos e pode melhorar a experiência do cliente

Explorar soluções alternativas de entrega no last mile é uma boa estratégia para evitar problemas e diminuir custos. Bicicleta, moto, a pé, existem várias modalidades de transporte que podem ser utilizadas para otimizar as entregas em distâncias mais curtas, por exemplo. 

O consumidor de hoje em dia é exigente e imediatista, e para atendê-lo é preciso estar sempre buscando novas formas de inovar as opções disponíveis para entregas. Muito disso tem a ver com o futuro da logística e, principalmente, do last mile.

Agora que já falamos como o last mile pode elevar positivamente a experiência do seu cliente, vamos falar sobre as principais modalidades de transporte que você tem à disposição e quando usá-las. E um plus para o seu serviço: investir na logística verde pode melhorar sua imagem no mercado.

A primeira coisa que você precisa considerar no momento de escolher o transporte no last mile é o tipo de carga que você trabalha ou trabalhará na operação.

Começamos mencionando os caminhões que são o transporte de encomendas mais conhecido e famoso do Brasil. Com o advento das rodovias,esses veículos tornaram-se o modal mais recomendado para transporte de cargas entre as cidades e estados. A vantagem, obviamente, é a capacidade para grandes volumes em sua carroceria, permitindo que itens pesados como eletrodomésticos sejam levados em segurança. 

Contudo, os caminhões não são recomendados para as entregas last mile, ou seja, as que levam o produto até o consumidor, nosso tema central deste texto. Então, vamos ao que interessa de fato.

Carro, bicicleta, moto e furgão: os principais transportes no last mile

Os carros são uma das opções mais seguras e eficientes para o last mile, tanto pela proteção que proporcionam aos itens, uma vez que eles podem ser alocados no porta-malas e não ficam expostos em bagageiros como pela possibilidade de realizar longas distâncias, incluindo viagens a outras cidades. 

Outra vantagem dos carros está em serem bem mais econômicos, uma vez que estimulam a utilização do crowdshipping, em que cidadãos comuns utilizam seus próprios veículos para as entregas. Um ônus nesse modelo é a capacidade de transporte, impedindo que o veículo leve vários pedidos de uma vez.

As bicicletas, sejam as convencionais ou elétricas, estão em alta porque possibilitam mais agilidade às entregas. Com a consolidação de ciclovias nos grandes centros urbanos e a possibilidade de rotas alternativas para os ciclistas, é possível fugir de problemas comuns à realidade brasileira, como o trânsito lento. 

Com as bikes, sua empresa pode realizar entregas no mesmo dia para seus clientes, desde que localizados próximos à loja ou ao centro de distribuição. A desvantagem? É um tipo de transporte que não consegue atender a longas distâncias e nem a itens pesados.

Já as motos são a opção indicada para quem deseja combinar a mobilidade da bicicleta com a capacidade de atingir regiões mais afastadas da empresa. 

Elas não têm a facilidade de explorar ciclovias, evidentemente, mas são bem mais ágeis do que os carros, permitindo furar o trânsito engarrafado com mais facilidade, o que também permite entregas realizadas no mesmo dia e até em questão de horas. No entanto, a moto, assim como a bicicleta, também tem uma limitação física para transportar volumes maiores.

É muito importante destacar que as motos também são bastante econômicas em questão de manutenção, reparo, combustível e repasse de custos para o cliente, além de ainda poderem ser elétricas, uma modalidade tão buscada pelo novo consumidor. Por isso, costumam ser bem aproveitadas para serviços mais baratos também. Uma moto é melhor para entrega de documentos, delivery de fast food ou outro, e até mesmo para entregas de itens hospitalares, como amostras de exames e medicamentos.

Se há ressalvas quanto a esse transporte, é quanto à vulnerabilidade do motociclista em grandes centros, no qual o trânsito costuma ser mais caótico e inseguro. Mas, é imprescindível um treinamento de direção defensiva para os condutores, por ser obrigatório que os motociclistas adotem as medidas de segurança durante a condução.

À medida que o volume de encomendas cresce, a sua empresa precisa disponibilizar veículos maiores para conseguir levar o máximo de pedidos de uma vez. Aqui entram os furgões. 

É comum ver nas ruas das grandes cidades automóveis desse tipo das principais redes varejistas. Com eles, é possível entregar um número bem maior de encomendas por dia sem precisar deslocar o entregador para pegar novos pedidos na loja. 

Com a modalidade elétrica, também  revela-se uma alternativa de baixo custo e sustentável. O único senão é o tempo de entrega, uma vez que esses veículos irão cumprir um determinado itinerário e uma compra, invariavelmente, ficará para o fim do dia.

Aumento do last mile traz junto preocupação com o meio ambiente e sua sustentabilidade

last mile sustentável

Estudos apontam que na próxima década, as entregas last mile aumentarão 30%, seguindo o aumento constante de compradores on-line. Em se tratando exclusivamente das áreas urbanas, estima-se que as demandas por entregas no last mile aumentarão em até 78% até 2030.

Você sabe o que isso significa?

Que em no máximo oito anos teremos um aumento anual de 25 milhões de toneladas de dióxido de carbono sendo emitido na atmosfera e um aumento de 21% do trânsito nas grandes cidades. Embora seja uma realidade complexa e que precise de tempo para ser mudada, há alternativas para a logística impedir esse avanço da poluição.

Uma maneira de contribuir para a diminuição da poluição, é a adoção de veículos que não dependam de combustível para rodar, como drones e robôs de entregas. 

O uso de veículos elétricos também é uma maneira de reduzir a emissão de CO₂ nas movimentações logísticas.Outra maneira é a compensação de carbono. A UX Delivery, por exemplo, já inseriu em suas operações duas dessas modalidades, a entrega por meio de motos elétricas e também a compensação de carbono. Oferecendo alternativas sustentáveis ao processo last mile tanto para pequenos como também para grandes volumes.

Os benefícios são inquestionáveis. A utilização dessas modalidades para entregas no last mile pode ser considerada uma das soluções mais interessantes para quem deseja focar na logística verde. 

O uso de carros e motos elétricos resultam em: 

  • Baixo consumo de combustível
  • Economia na operação
  • Baixa necessidade de manutenção
  • Mobilidade sustentável
  • Maior eficiência da frota
  • Em algumas cidades é permitido que carros elétricos circulem por faixas especiais, reduzindo o tempo em trânsito

Assim como a compensação de carbono, pesquisa realizada pelo Reclame Aqui, aponta que 85% dos participantes responderam que dariam preferência a produtos e serviços que compensam suas emissões  com o plantio de árvores, sendo ainda 70% dos consumidores pagariam a mais para a compensação de carbono relacionada ao frete dos produtos.

Last mile sustentável: drones começam a se tornar realidade

Precisamos falar que os consumidores começaram a priorizar a sustentabilidade, juntamente com a velocidade e a conveniência. Eles querem receber seus produtos mais rápido, mas também consideram as estratégias que as empresas utilizam para cumprir essa missão. Se a sua empresa utiliza opções sustentáveis, certamente está ganhando pontos rumo à fidelização. 

As entregas por drone, por exemplo, já não são mais uma realidade tão distante, uma vez que atualmente já se tem a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), para transporte de cargas. 

O drone será configurado para ir até o endereço do cliente com a caixa acoplada, e assim que deixar a mercadoria, ele retorna ao endereço inicial. É um transporte, até o momento, limitado para comidas, bebidas, documentos e produtos de supermercado, mas isso pode mudar a qualquer momento e quem está no mercado de last mile, precisa estar de olho para não ficar para trás.

Uma das grandes vantagens da entrega por drone é o atendimento ao same day delivery, por não precisar passar por trânsito e rotas de alto risco e ainda poder ser completamente monitorado. Os custos com transporte também são reduzidos.

Mas se ainda não for suficiente? 

Encontrar soluções não é uma tarefa tão fácil assim. Até mesmo por esse boom recente do e-commerce, o last mile ainda gera muitas incertezas e as empresas de transporte ainda estudam as melhores alternativas para enfrentar os desafios de otimizar a ação e diminuir os custos do transporte.

Escalar a mão de obra, expandir suas frotas, implementar melhorias operacionais no last mile é importante, mas e a inovação? Por que  não, além de agregar tecnologia, envolver pessoas? 

Ao inserir um novo agente no processo de entrega, que são pessoas comuns que ao baixar um aplicativo transformam suas casas em hubs de entrega, cria-se uma nova etapa. 

Seja a pé ou de bike, essa  pessoa pode atuar como um entregador nos locais próximos a ela, no período que escolher, ocupando seu tempo, complementando sua renda, e, simultaneamente, praticando uma atividade física e movimentando-se.

Isso pode contribuir para aumentar em até quatro vezes o número de pedidos entregues, graças à redução no número de paradas realizadas pelos couriers.

E, com esse aumento de produtividade logística sem o crescimento do número de veículos nas ruas, gera-se um grande benefício ao planeta. Essas entregas pelo quarteirão, a pé e de carro, estimulam uma menor emissão de CO2, uma redução no tráfego de veículos e até mesmo uma vida mais ativa. Além de criarem uma experiência positiva para o cliente 

Outro ponto de inovação, está na possibilidade de retorno à sociedade e na relação direta com os projetos de ESG (environmental, social and governance). Afinal, essas agentes preferencialmente direcionam a sua remuneração às instituições assistenciais parceiras. 
A UX tem uma série de soluções que ajudam a operacionalizar o processo logístico fora dos portões. Confira a que se ajusta melhor ao seu negócio!

Picture of Maycon Lima

Maycon Lima

Com mais de 17 anos de experiência em logística, costuma levar como mensagem para a equipe “que treino difícil, jogo fácil”, por isso tudo que realiza é baseado em indicadores e KPI´s. Dentro da operação já esteve à frente de todos os processos: Recebimento, Armazenagem, Picking, Packing, Expedição, DCP, Controle de Estoque e Transportes. Além de implantação de sistemas WMS e TMS, e também POPs, ANS, SIPOC, Planos de Ações na metodologia PDCA.
Inscreva-se em nosso blog

Acesse, em primeira mão, nossos principais posts diretamente em seu email.

Posts Relacionados