Num mercado cada vez mais competitivo e com consumidores tão exigentes quanto, adotar estratégias que façam o seu e-commerce sair na frente dos concorrentes deve ser uma premissa básica alçar vôos ainda mais distantes. E o cross-docking é uma dessas estratégias que podem fazer o seu negócio ir mais longe, especialmente ganhando agilidade nas entregas.
Mas, afinal, que prática é essa? Como sua empresa pode tirar proveito dela? Como aplicá-la? Será que é uma solução logística ideal para o seu e-commerce?
Vamos responder a esses questionamentos ao longo deste texto e ainda listar os benefícios que você pode ter ao fazer uso do cross-docking. Boa leitura!
O que é cross-docking?
Cross-docking é um termo de origem inglesa que pode ser traduzido como “cruzamento de docas”. Ele surgiu para explicar um sistema em que as mercadorias descarregadas pelos navios nos galpões eram transportadas por meio de esteiras automatizadas para caminhões já organizados por região.
Em resumo, nada mais é do que um sistema diferenciado para a distribuição de mercadorias, de maneira que, ao chegarem aos centros de distribuição, já exista infraestrutura necessária para que as cargas sejam separadas e enviadas a seus destinatários imediatamente, ou no máximo em 24 horas.
Trata-se de uma prática que vem ganhando bastante destaque entre as empresas que dispensam uma estrutura física mais desenvolvida. Contudo, devido ao alcance de seus resultados positivos, também tem chamado a atenção dos variados tipos de negócios de modo geral.
Ainda não entendeu como o cross-docking funciona? Não tem problema! Explicamos melhor. Imagine um cliente realizando uma compra em seu e-commerce, ok? Quando isso acontece, o produto em questão é enviado a um centro de distribuição ou armazém que, por meio de um sistema organizado de redistribuição, fará o envio para o cliente, certo?
O cross-docking permite que a sua empresa fique mais ágil para entregar o produto ao consumidor da sua marca e o melhor: sem precisar gastar com espaço físico de estoque. Para executá-lo, você deverá sincronizar ações muito cuidadosamente e assegurar que o produto chegará ileso e no prazo ao consumidor. Dessa forma, o centro de distribuição transforma-se em uma etapa crucial do sucesso da sua empresa.
Se em uma operação logística tradicional é necessária uma comunicação eficaz entre fornecedor e vendedor, a necessidade é ainda maior no cross-docking. O alto nível de coordenação entre os envolvidos é algo crucial para que os prazos sejam respeitados.
Cross-docking e armazenagem não são a mesma coisa. Saiba o que difere um termo do outro
No cross-docking a entrega de produtos é, praticamente, imediata ao cliente, por isso um terminal funciona mais como um centro de triagem do que como um armazém.
Nele, há um fluxo em que mercadorias estão chegando e sendo distribuídas de forma rápida, reduzindo o espaço necessário para estoque. Entregas de e-commerces podem optar pelo cross-docking com mais facilidade, justamente por ser uma estratégia que dispensa uma estrutura física mais robusta.
Já na armazenagem há formação de estoque, sendo necessário uma maior organização e controle para que o negócio tenha sucesso.
A principal diferença entre ambos está em propiciar ao embarcador a possibilidade de:
- Não ter dinheiro parado em seu armazém;
- Criar fluxo contínuo de expedição;
- Criar maior organização em sua área de armazenagem;
- Reduzir carga horária de trabalho e consequentemente reduzir custos;
- Propiciar ao seu cliente (destinatário) um fluxo de recebimento contínuo, estando logicamente em direta interação com o embarcador, ocasionando para o destinatário também um nível de armazenagem baixo ou próximo à zero.
O cross-docking elimina ou diminui a necessidade de armazenamento e também a necessidade de pessoas e equipamentos para fazer o despacho da mercadoria. Dessa forma, ele é uma prática que torna a logística empresarial mais barata, eliminando dois custos elevados: armazenamento e preparação de encomendas.
Os três tipos de cross-docking e suas características
O cross-docking se apresenta em três tipos mais comuns. Vejamos como funciona cada um deles a seguir.
- Cross-docking pré-distribuído: Esse é o tipo mais básico de cross-docking. Nele as mercadorias são descarregadas, classificadas e embaladas pelo fornecedor, de acordo com instruções pré-determinadas. Ou seja, o cliente final é identificado antes mesmo de a mercadoria sair do fornecedor. Ao chegar no centro de distribuição, o produto é rapidamente destinado à entrega, com pouca intervenção dos profissionais do centro de distribuição. Em outras palavras, o fornecedor prepara tudo a montante para o cliente final. Aqui, os produtos já estão embalados e o almoxarifado apenas recebe e despacha a mercadoria.
- Cross-docking consolidado: Neste modelo, as unidades são recebidas no centro de distribuição sem informações exatas dos pedidos que devem ser enviados para cada destino. Por esse motivo, elas vão para uma área do centro de distribuição, onde são examinadas e preparadas. Nessa hora, as mercadorias podem ser organizadas em pacotes individuais ou em kits de produtos, por exemplo. Tudo vai depender da demanda do cliente final. Este é um método particularmente adequado quando se trata de embalar produtos de vários fornecedores.
- Cross-docking híbrido: Este tipo é chamado assim justamente por mesclar os modelos pré-distribuídos e consolidados. Nele, os profissionais do centro de distribuição precisam preparar os pedidos com base nas mercadorias que chegam dos caminhões e em outra parte das mercadorias armazenada nas instalações. O cross-docking híbrido pode ajudar o vendedor a atender a uma variedade maior de clientes, mas também exige uma coordenação ainda mais eficaz dos envolvidos.
Quais mercadorias são mais adequadas ao cross-docking?
Esta é uma das dúvidas mais recorrentes quando falamos de cross-docking: quais mercadores são mais adequadas à essa estratégia?
Em primeiro lugar, é fundamental que tenhamos em mente que o cross-docking foi desenvolvido para colocar as mercadorias nas mãos dos clientes o mais rápido possível. Logo, embora praticamente todas as empresas se beneficiem de um envio mais ágil, estamos diante de uma estratégia que pode ser melhor aproveitada em alguns setores, como:
- itens perecíveis que exigem um envio imediato;
- produtos de alta qualidade que não exigem inspeções de qualidade;
- produtos pré-etiquetados (códigos de barras, RFID), pré-bilhetados ou prontos para venda;
- itens promocionais ou itens em fase de lançamento;
- produtos básicos de varejo com demanda alta ou de baixa demanda;
- pedidos de clientes pré-selecionados ou pré-embalados de outra fábrica ou armazém.
Logo, produtos que chegam ao centro de distribuição prontos ou quase prontos para serem enviados ao destino final são os mais favorecidos pela operação.
7 benefícios com a implementação do cross-docking
Depois de toda essa apresentação sobre cross-docking você deve estar esperando que falemos quais são os benefícios, de fato, de implementá-lo em seu negócio. É claro que toda essa estrutura traz importantes vantagens ao processo logístico.
Pois vamos a elas:
1. Redução de custos
A possibilidade de trabalhar com o estoque zero reduz os custos operacionais com o estoque e ainda oferece flexibilidade para a alocação de recursos. Resumidamente, você não vai precisar ter um espaço para estocar produtos, no máximo um local para receber dos fornecedores e fazer esse manuseio, ou seja, certeza que seus gastos de gestão de estoque vão diminuir.
2. Agilidade nos processos
A inexistência de produtos em estoque agiliza ainda mais o processo, já que não é necessário procurar e separar mercadorias.
3. Redução do lead time
No cross-docking, as mercadorias são preparadas, separadas e enviadas em menor prazo, o que diminui as chances de atraso na entrega, ou seja, por dispensarem a armazenagem em estoque, os empreendimentos que optam pelo modelo conseguem diminuir esse indicador. O resultado: melhoria dos índices de satisfação dos clientes.
4. Redução da necessidade de capital de giro
Esse aqui é um dos benefícios preferidos dos empresários. Com o cross-docking, você não precisa adquirir os produtos para vender depois. Com a aplicação das premissas just in time, as mercadorias só são pedidas quando adquiridas pelo cliente final, o que reduz a necessidade de capital de giro. Sendo assim, o valor, que antes seria destinado para essa aquisição, poderá ser empregado em outros processos corporativos, em melhorias e investimentos em logística, na quitação de obrigações, entre outros.
5. Redução do risco de furtos.
Com o fluxo contínuo de entrada e saída de produtos ao mesmo tempo, as chances de furto são reduzidas, especialmente por todo o processo ser monitorado. Como bem sabemos, avarias aos produtos ou furtos são mais propícios de ocorrer quanto maior for a permanência de pedidos em espaços de armazenagem e espera.
6. Maior versatilidade no portfólio.
Sem a real necessidade de espaço exclusivo para armazenar produtos, o cross-docking aumenta a possibilidade de sua empresa atuar com um número variado de itens.
7. Melhor aproveitamento de veículos.
Algo natural que ocorre no cross-docking é o melhor aproveitamento dos veículos, pelo fato de as mercadorias sendo preparadas de acordo com as rotas mais rápidas para a chegada ao cliente final, exigem menos do automóvel e, consequentemente, fazem com que seu desgaste demore mais a ocorrer. Geralmente, nesta prática, uma carga só é transportada quando toda capacidade do veículo é completa, evitando custos extras com “peso morto”. Outro aspecto relevante é que uma carga formada geralmente tem um destino único, ou destinos próximos, gerando economia com combustíveis, equipamentos e mão de obra, além de contribuir com a maior agilidade nas entregas.
Ficou claro que o cross-docking busca oferecer melhores serviços mantendo a oferta de produtos, através da utilização de estoques e preços reduzidos. O sistema é definido como um processo de distribuição onde a mercadoria recebida, em um armazém ou centro de distribuição, não é estocada, mas, sim, imediatamente preparada para o carregamento nos veículos de entrega.
Trata-se de um modelo eficiente, sempre visando agilizar a operação em favor do cliente.
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